sexta-feira, 14 de janeiro de 2011


















Dois...
Apenas dois.
Dois seres...
Dois objetos patéticos.
Cursos paralelos
Frente a frente...
...Sempre...
...A se olharem...
Pensar talvez:
“Paralelos que se encontram no infinito...”
No entanto sós por enquanto.
Eternamente dois apenas.

Pablo Neruda

Plena mulher, maçã carnal, lua quente,
espesso aroma de algas, lodo e luz pisados,
que obscura claridade se abre entre tuas colunas?
que antiga noite o homem toca com seus sentidos?
Ai, amar é uma viagem com água e com estrelas,
com ar opresso e bruscas tempestades de farinha:
amar é um combate de relâmpagos e dois corpos
por um so mel derrotados.
Beijo a beijo percorro teu pequeno infinito,
tuas margens, teus rios, teus povoados pequenos,
e o fogo genital transformado em delícia
corre pelos tênues caminhos do sangue
até precipitar-se como um cravo noturno,
até ser e não ser senão na sombra de um raio.
PABLO NERUDA

SÚPLICA... (DUETO)

Tem uma noite lá fora
Querendo cair sobre mim...
Por que a noite
Não me leva para você?

A noite não resistiu...
O seu apelo, ouviu,
Pegou minha mão e sorriu...
Segurando-me, partiu,

Agora veja:
Eu estou aqui...
A noite deu-me a ti,
Como presente, percebi,
Para que eu fique...
Juntinho a ti.

Então,
Aproveitemos
O cair da noite sobre nós...
Que nos cobre com o seu manto,
Feito um véu estrelado.
Céu azulado,
Luar sagrado...

Só não me peça...
Para voltar para casa,
Ao amanhecer do novo dia,
Pois, ficar sem ti...
Eu não suportaria!

Tem uma noite lá fora
Caindo sobre nós...

Celso Corrêa de Freitas & Esther Gonçalves
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